Sempre trabalhei na vida
E todo o pão que comi
Foi ganho honestamente
Com o suor do meu rosto.
Não gastei mais do que tinha.
Nunca fui um aldrabão.
Não sou nenhum vigarista,
Nem sequer oportunista
E também não sou ladrão.
Sou um português cumpridor
Dos deveres de um cidadão
Honesto e trabalhador
Que está a ser espoliado
Do fruto do seu trabalho
Por gente sem coração,
Por políticos de má raça
Profissionais da trapaça
E de promessas mentirosas.
Como eu, todo um povo
A quem está a ser negado
O direito que tem ao trabalho,
A um tecto, ao agasalho,
À saúde e educação
E que está a ficar revoltado,
Quando vê que até o pão
Lhe está já a ser negado.
Há razão para perguntar,
Que democracia é esta
Que acolhe no seu regaço
Gente reles, que não presta
Que faz da política uma festa
Em que canta, ri e dança
Enche a carteira e a pança
Enquanto o povo faz de palhaço
E ainda tem que pagar?
Guilherme Duarte